sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Obama anuncia permanência de tropas dos EUA do Afeganistão

Estados Unidos vão manter os atuais 9.800 homens em 2016.
Tropas serão reduzidas para 5.500 em 2017 e colocadas em quatro locais.

Da Reuters
O presidente dos EUA, Barack Obama, fala sobre a permanência de tropas do país no Afeganistão nesta quinta-feira (15) na Casa Branca (Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP)O presidente dos EUA, Barack Obama, fala sobre a permanência de tropas do país no Afeganistão nesta quinta-feira (15) na Casa Branca (Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP)
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira (15) que as tropas afegãs ainda não são tão fortes quanto precisariam ser, ao anunciar sua decisão de manter mais de  9 mil militares norte-americanos no país ao longo da maior parte do próximo ano.
"Essa é a coisa certa a se fazer", disse Obama na Casa Branca. "Como comandante-em-chefe, não permitirei que o Afeganistão seja usado como local seguro para terroristas atacarem nossa nação novamente."
Obama disse que a decisão deve mostrar ao Talibã que o único caminho para se obter a retirada total das tropas dos EUA é chegar a um acordo com o governo do Afeganistão.
Obama tinha como objetivo a retirada completa das forças dos EUA antes de deixar o cargo em janeiro de 2017, exceto por uma pequena embaixada norte-americana em Cabul. Sob o novo plano, as tropas serão reduzidas para 5.500 em 2017 e colocadas em quatro locais: Cabul, Bagram, Jalalabad e Kandahar.
A decisão ocorreu após meses de deliberações entre Obama, líderes afegãos, autoridades do Pentágono, comandantes em campo e assessores da Casa Branca sobre como continuar de melhor forma o apoio às forças afegãs, disseram autoridades sêniores da administração dos EUA.
As tropas norte-americanas continuarão treinando e assessorando forças afegãs e também irão focar em garantir que quaisquer membros restantes da Al Qaeda sejam vistos como ameaça à segurança dos EUA, acrescentaram as autoridades.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Desempenho de Hillary em debate pode complicar candidatura de Biden

Candidata reafirmou liderança na corrida presidencial dos Democratas.
Vice-presidente agora tem menos espaço para concorrer, avaliam analistas.

Da Reuters
Joe Biden e Hillary Clinton em foto de 2 de abril de 2013 (Foto: AP Photo/Cliff Owen)Joe Biden e Hillary Clinton em foto de 2 de abril de 2013 (Foto: AP Photo/Cliff Owen)
O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se deparou com um cenário político diferente nesta quarta-feira (14), depois que a pré-candidata democrata Hillary Clinton reafirmou sua liderança na corrida presidencial do partido durante um debate que pode ter deixado pouca chance para que Biden entre na disputa.
Muitos analistas concordam que Hillary, de 67 anos, se mostrou desenvolta e eficiente na noite de terça-feira e talvez tenha apaziguado alguns democratas, temerosos de que a gafe com o uso de um servidor de e-mail pessoal no exercício do cargo de secretária de Estado do presidente Barack Obama estivesse minando sua pré-candidatura.
Ao fazê-lo, ela pode ter conseguido, ao mesmo tempo, refrear os pedidos para que Biden entre na disputa e diminuir a ameaça do adversário emergente Bernie Sanders, senador de 74 anos de Vermont e autodeclarado socialista.
"Se você é um apoiador de Hillary e estava preocupado por qualquer motivo, deve estar se sentindo muito bem consigo mesmo”, disse Rodell Mollineau, estrategista democrata presente ao debate em Las Vegas. “Este é o tipo de debate que ajuda a criar ímpeto”.
Sanders, principal rival de Hillary entre os pré-candidatos declarados, recebeu dos moderadores do debate a oportunidade de atacar a concorrente na questão dos e-mails. Em vez disso, ele descartou a polêmica, que tachou de trivial, arrancando aplausos da plateia e desviando o foco da maior fraqueza política de Hillary.
Lembrete para Biden
Para Biden, de 72 anos, que continua a ponderar uma pré-candidatura para a eleição de novembro de 2016, a noite serviu como lembrete do quão aguerrida Hillary –com a experiência de dezenas de debates em sua pré-campanha de 2008 e pelos quatro anos no Departamento de Estado– pode ser como pré-candidata.

Em alguns momentos Hillary pareceu estar sinalizando tanto para os progressistas do Partido Democrata, mais inclinados a apoiar Sanders, quanto para os moderados, que podem preferir Biden. 
Ela e Sanders concordaram sobre o controle de armas, abordaram a desigualdade salarial e defenderam políticas mais liberais para licenças familiares. Por outro lado, ela se recusou a acompanhar o ataque de Sanders aos bancos de Wall Street, reiterou seu apoio à Lei Patriota e disse que não hesitaria em usar a força militar se necessário, às vezes criticando indiretamente a Casa Branca de Obama –e por extensão Biden– por não serem capazes de enfrentar o presidente russo, Vladimir Putin, e por fazerem muito pouco em relação à guerra na Síria.
“Acho que Biden provavelmente tem menos espaço (para concorrer)”, afirmou Brad Bannon, estrategista democrata de Washington. “As pessoas tinham dúvidas sobre quão bem Hillary poderia se sair. Acho que ela teve um desempenho muito bom”.
Pré-candidatos democratas posam para foto antes de debate  (Foto: REUTERS/Mike Blake) 
Pré-candidatos democratas posam para foto antes de debate (Foto: REUTERS/Mike Blake)

Rússia diz que Estados Unidos recusou reunião de alto nível para tratar da Síria

Os russos lançaram, em 30 de setembro, uma campanha de bombardeios aéreos na região
Agência Brasil
Os Estados Unidos se recusaram a receber em Washington uma delegação russa de alto nível para tratar de assuntos relacionados à Síria e rejeitaram igualmente enviar uma delegação norte-americana a Moscou. A informação é do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, que falou hoje (14) na Câmara Baixa do Parlamento russo.
O ministro se referia a declarações feitas ontem (13) pelo presidente Vladimir Putin que acusou Washington de se recusar a cooperar e compartilhar informações sobre a Síria. Putin disse ainda estar disposto a enviar uma delegação, chefiada pelo primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, aos Estados Unidos.
“Recebemos uma resposta oficial literalmente hoje”, disse Lavrov.
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“Foi-nos dito que não podem enviar uma delegação a Moscou e que também não podem receber uma delegação em Washington”, disse Lavrov.
Putin, que discursou num fórum de investimento, disse que a delegação russa podia ainda incluir responsáveis militares ao nível de vice-chefe do Estado-Maior e membros dos serviços de informações.
“Está na hora de fazer este trabalho a um nível sério e substancial se queremos trabalhar de forma eficaz”, disse Putin.
Na intervenção de ontem, o presidente russo fez algumas das críticas mais duras à forma como os Estados Unidos têm lidado com o conflito sírio, afirmando que Washington “não tem uma compreensão clara” do que se passa no terreno e “não parece saber que objetivos pretende alcançar” naquele país.
Serguei Lavrov disse hoje que, por outro lado, a Rússia e os Estados Unidos estão perto de um acordo para evitar incidentes entre os respetivos aviões nos céus da Síria. “[O acordo] deverá estar operacional muito em breve”, disse o ministro, acrescentando que as formalidades serão concluídas hoje.
A afirmação de Lavrov, no entanto, contradiz uma outra, feita pouco antes pelo secretário da Defesa norte-americano, Ashton Carter. Segundo Carter, os Estados Unidos e a Rússia vão ter mais uma roda de negociações sobre essa questão. “As conversações estão progredindo, mas nada está decidido”, disse Carter na terça-feira à noite em Boston.
A Rússia lançou, em 30 de setembro, uma campanha de bombardeios aéreos na Síria com o objetivo de frear o avanço do grupo extremista Estado Islâmico, mas os Estados Unidos e seus aliados criticaram a entrada de Moscou no conflito, afirmando que o país está bombardeando grupos da oposição moderada, apoiados pelo Ocidente, em uma tentativa de reforçar a posição de Bashar al-Assad.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Hillary Clinton se alinha à esquerda antes de debate democrata dos EUA

Primeiro debate entre candidatos do partido acontece nesta terça.
Ela tenta se livrar das críticas de Bernie Sanders e atrair sindicalistas.

Da Reuters
Hillary Clinton discursa durante evento de sua campanha na Cornell College, em Mt Vernon, Iowa, na quarta (7) (Foto: Reuters/Scott Morgan) 
Hillary Clinton discursa durante evento de sua campanha na Cornell College, em Mt Vernon, Iowa, na quarta (7) (Foto: Reuters/Scott Morgan)
Hillary Clinton deu uma clara guinada à esquerda antes do primeiro debate presidencial democrata, nesta terça-feira, na esperança de se livrar das críticas do rival Bernie Sanders e atrair a simpatia de sindicalistas e ativistas que têm relutado em manifestar apoio à ex-primeira-dama.
Mas em uma corrida democrata até agora com poucos ataques políticos ou conflitos, a iniciativa de Hillary para se proteger de críticas da esquerda em temas como o pacto de comércio com a Ásia e o oleoduto Keystone poderia abrir a porta durante o debate a questões sobre sua sinceridade e a acusações de mudar de posição por conveniência política.
Hillary, a favorita entre os democratas, e Sanders, senador pelo Estado de Vermont e seu principal adversário, vão participar nesta terça-feira à noite do primeiro de seis debates programados na corrida para a candidatura do Partido Democrata na eleição presidencial de novembro de 2016.
Também participarão o ex-governador de Maryland Martin O'Malley, o ex-governador de Rhode Island Lincoln Chafee e o ex-senador James Webb, da Virgínia. O confronto dará a Sanders sua primeira ampla exposição nacional e oferecerá a Hillary uma oportunidade de aplacar as preocupações de alguns democratas sobre sua candidatura.
Depois de dois estridentes debates republicanos com grandes audiências televisivas, atraídas pelos rompantes do principal candidato Donald Trump, o encontro dos democratas, organizado pela rede CNN em Las Vegas, provavelmente será mais sereno.
A disputa ocorre num momento crítico para Hillary, cuja esmagadora vantagem que sustentava anteriormente entre os democratas nas pesquisas de opinião caiu em meio a dúvidas sobre o uso que ela fez de uma conta particular de e-mail, em vez de uma conta de governo, quando era secretária de Estado.
Além disso, Hillary enfrenta a ameaça de que o vice-presidente Joe Biden entre na corrida –algo que ele tem sido cada vez mais instado a fazer, à medida que a vantagem de Hillary oscila.
Sanders, que se declara socialista, tem animado a ala esquerda do partido e atraído grandes multidões com uma mensagem em favor da erradicação da persistente desigualdade de renda no país e do controle sobre Wall Street. Ele se recusou repetidamente a atacar diretamente Hillary, mas indicou no fim de semana que no debate iria focar na demora de Hillary em abordar temas como Keystone e o acordo de comércio com a Ásia, os quais ele diz ser contra "desde o primeiro dia".

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Fim do Estado Islâmico? Rússia e EUA afirmam sucesso sem precedentes

Fontes locais informam que mais de 3 000 jihadistas estão fugindo da Síria
por Jarbas Aragão


Fim do Estado Islâmico? Rússia e EUA afirmam sucesso sem precedentes Fim do EI? Rússia e EUA afirmam sucesso sem precedentes

A entrada da Rússia no combate contra o Estado Islâmico pode ter realizado em duas semanas o que as forças leais ao governo sírio e a coalizão liderada pelos EUA não conseguiu em quatro anos.
Aeronaves militares russas realizaram 67 voos saindo da base aérea de Khmeimim na Síria somente na última semana. Ao todo, foram destruídas 60 posições do Estado Islâmico. O Estado-Maior da Rússia divulgou que possivelmente 40% da infraestrutura dos jihadistas já não existem mais.
O comandante adjunto do Estado-Maior da Rússia, general Igor Makushev, afirmou que as bases terroristas e os armazéns de munições bombardeados perto de Aleppo, causaram a morte de mais de 200 militantes, além de vários de seus líderes. Além disso, bombas de alta precisão destruíram o posto de comando do grupo terrorista Liwa al-Haqq.
A pedido do presidente sírio Bashar Assad, a Rússia começou uma série de ações militares a partir de 30 de setembro. No total, foram 140 missões aéreas contra as posições dos terroristas. Os navios russos no Mar Cáspio lançaram 26 mísseis contra os territórios controlados pelos jihadistas.
Curiosamente, os Estados Unidos, que tem sido criticado pelos russos por sua ineficiência, divulgou neste sábado (10) que pode ter matado o líder do Estado Islâmico, o califa Abu Bakr al-Baghdadi. Ele estava em um comboio de veículos atacado numa estrada perto de Anbar, no oeste do Iraque, perto da fronteira com a Síria.
A Força Aérea do Iraque afirmou ter atacado os carros neste domingo (11), quando Al Baghdadi se dirigia para uma reunião com os comandantes do Estado Islâmico. O local onde ocorreria o encontro também foi bombardeado usando tecnologia fornecida pelos americanos.
De acordo com o portal de notícias iraquiano Shafaq News, vários líderes do Estado Islâmico foram mortos no ataque aéreo da Força Aérea iraquiana, mas Abu Bakr al-Baghdadi não estava entre eles. Mesmo assim, fontes locais divulgaram que está havendo uma “debandada” de soldados jihadistas, com pelo menos três mil deles fugindo das regiões atacadas. É a maior baixa registrada desde o início da guerra civil, em 2011.
Os Estados Unidos e seus aliados também realizaram 24 ataques aéreos contra posições do Estado Islâmico. Pelo menos dez cidades iraquianas foram atingidas por bombardeios. Foram destruídas unidades táticas, prédios, armas, postos de artilharia e outros locais estratégicos.  Na Síria, mais alvos similares foram atacados pela coalizão, além de um poço de petróleo. Com informações de Huffington Post e Yahoo

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Tiroteio em universidade no Arizona deixa um morto e três feridos

Atirador é calouro da Northern Arizona University e já está sob custódia

09/10/2015 - 07h56min | Atualizada em 09/10/2015 - 11h41min
Tiroteio em universidade no Arizona deixa um morto e três feridos Divulgação/Northern Arizona University
Northern Arizona University Foto: Divulgação / Northern Arizona University
Um tiroteio na Northern Arizona University (NAU) — localizada em Flagstaff, no Arizona — deixou um morto e outras três pessoas feridas. O primeiro aviso do tiroteio chegou à universidade por volta da 1h20min local (5h20min de Brasília). As informações são do Twitter oficial da NAU.

Ainda não há informações sobre o que provocou o tiroteio, que aconteceu perto de Mountain View Hall, dormitório que abriga a maior parte dos estudantes envolvidos em organizações gregas, segundo informações da ABC News.

O chefe do departamento policial da instituição, Greg Fowler, diz que o suspeito pelo tiroteio é Steven Jones, um calouro da própria faculdade. O departamento está trabalhando juntamente com a polícia da cidade.
De acordo com a universidade, a situação foi controlada e o atirador já está sob custódia da polícia. A instituição, porém, pede aos residentes do Mountain View Hall que permaneçam dentro dos alojamentos.
Em nota, a Northern Arizona University trata o caso como "incidente isolado".
— Estamos chocados e profundamente tristes pelo incidente. Nossos pensamentos estão com as vítimas e seus familiares — disse a presidente da NAU Rita Cheng.
A universidade afirma que o campus não foi fechado, e que os feridos estão em atendimento no Centro Médico de Flagstaff. Mais de 20 mil alunos frequentam a universidade no Arizona.
O governador do Arizona Doug Ducey escreveu em seu Twitter uma mensagem de condolência às vítimas do ataque:

O senador e ex-candidato presidencial John McCain chamou o tiroteio de "horrível" e ofereceu seus pensamentos e orações para as vítimas em um comunicado:

"Eu aprecio os esforços de todos os agentes da lei estaduais e locais, primeiros-respondedores e administradores escolares, e continuo a rezar pela recuperação dos feridos, bem como de todos aqueles na comunidade NAU que foram afetados por esta terrível tragédia", escreveu McCain.

Ao jornal inglês The Guardian, a estudante Megan Aardahl disse que armas não são permitidas no campus. Ela afirmou que sempre se sentiu segura na universidade, mas tem certeza de que a segurança será ampliada após o tiroteio.

O crime ocorreu uma semana após os ataques na Umpqua Community College, que deixou dez mortos e pelo menos sete feridos. O ataque em Oregon foi o 45º do ano nos Estado Unidos.

Nesta sexta, o presidente americano Barack Obama está visitando Roseburg para atender as vítimas da última semana. O Washington Post informou que Obama estava considerando uma ação para impor novas exigências a compradores de armas, citando um alto funcionário do governo que não quis se identificar.


Da Agência Lusa
O presidente do grupo Volkswagen nos Estados Unidos (EUA), Michael Horn, admitiu hoje (9) que o objetivo do programa de informática ilegal instalado nos sistemas de controle de gestão dos motores diesel entre 2008 e 2015, era ocultar à Agência de Proteção Ambiental do país que os automóveis não cumpriam as normas norte-americanas de emissão de óxido de nitrogênio.

Ele respondeu a uma série de críticas no Congresso dos EUA devido ao escândalo de manipulação dos motores. Horn falou durante duas horas a integrantes do Comitê da Câmara dos Representantes para a Energia e o Comércio (EPA).

Deixando muitas perguntas-chave sem resposta, o presidente da empresa lembrou o seu desconhecimento prévio tanto da manipulação dos motores a diesel quanto dos detalhes do programa que oculta as emissões reais dos veículos.
À pergunta do presidente do comitê, um republicano eleito pelo estado da Pensilvânia, Tim Murphy, se a Volkswagen tinha instalado o programa “com o objetivo expresso” de ocultar as emissões poluentes, Horn respondeu: “sim, foi instalado com esse objetivo”.
O executivo alemão, de 51 anos, acrescentou que não teve conhecimento do fato até 1º de setembro deste ano, dois dias antes de o grupo ter admitido à EPA que os veículos estavam manipulados e 17 dias antes de o escândalo se tornar público.
Até agora, Horn garantiu que só sabia que os veículos não cumpriam as normas de emissão graças a um estudo feito no início de 2014 por investigadores independentes, mas que a empresa na Alemanha tinha informado que o problema podia ser resolvido com a instalação de um novo programa de informática.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

BC dos EUA não descarta subir juros ainda este ano

Segundo ata, desaceleração na China e incertezas ainda pesam.
Em setembro, Fed decidiu manter taxas perto de zero.

Do G1, em São Paulo
O banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) vai esperar por mais informações sobre a economia dos Estados Unidos para tomar uma decisão sobre se eleva as taxas de juros, segundo a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada nesta quarta-feira (8).
Em setembro, o Fed decidiu manter a taxa de juros do país próxima a zero, contrariando expectativas do mercado de que esta seria a primeira elevação em quase uma década.
Segundo o documento, o Fomc concordou que os avanços no período não mudam a visão do Comitê.
"No entanto, em parte devido aos riscos para a atividade econômica e inflação, o Comitê decidiu que seria prudente esperar por informações adicionais confirmando que a economia não deteriorou e melhorando a confiança de que a inflação pode gradualmente seguir em direção a 2% no médio prazo", diz a ata.
Alguns membros do grupo concluíram que uma elevação dos juros antes de a inflação atingir a meta de 2% poderia afetar a credibilidade do Fed. A ata também confirma que a desaceleração da economia chinesa e potenciais onsequências para outros países pesaram na decião do orgão.
Chefe do Fed, Janet Yellen, durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (17) (Foto: Reuters)Chefe do Fed, Janet Yellen, durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (17) (Foto: Reuters)
Segundo o documento, após avaliar o panorama para a atividade econômica, o mercado de trabalho e a inflação e o peso das incertezas associadas a este cenário, todos os membros [do Fomc], com exceção de um, concluíram que a economia dos Estados Unidos se fortaleceu e a subutilização do trabalho diminuiu.
A última decisão de política do Fed aconteceu antes de uma série de dados econômicos levantarem temores sobre a economia norte-americana, o que alimenta mais dúvidas entre investidores de que o Fed vai elevar os juros este ano.
Os rendimentos da dívida do governo dos EUA recuaram após a publicação da ata e índices acionários norte-americanos ampliaram os ganhos, de acordo com a Reuters.
Os preços de ativos sugerem que os investidores não veem quase nenhuma chance de uma alta dos juros na próxima reunião do Fed, em 27 e 28 de outubro, e apenas uma pequena chance de aumento no encontro de dezembro.

Chefe da Volkswagen nos EUA admite que companhia quis esconder emissões

Procuradoria da Alemanha ordena realização de buscas em sedes da empresa

CEO da Volkswagen nos Estados Unidos testemunha em Comitê de Energia e Comércio no país (Foto: Chip Somodevilla/Getty Images)
O presidente do Grupo Volkswagen nos Estados Unidos, Michael Horn, admitiu nesta quinta-feira (08/10) a um comitê do Congresso dos Estados Unidos que o objetivo do software instalado em alguns de seus veículos diesel era ocultar suas emissões reais.
Horn também afirmou que só soube no dia 1º de setembro deste ano que os veículos do grupo alemão continham o software ilegal e acrescentou que, até esse momento, só sabia que alguns desses automóveis diesel não cumpriam as normas americanas sobre emissões.
O testemunho de Horn foi divulgado hoje no site do Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes, antes mesmo de ele se pronunciar. O executivo deve assinalar que o software ilegal instalado para manipular as emissões de óxidos de nitrogênio está presente em três gerações de motores.
"Há três grupos de veículos envolvidos, cada um com uma das três gerações do motor de 2 litros diesel. Cada um requer uma solução diferente", diz o testemunho de Horn.
Horn não revelará detalhes da investigação interna realizada pela VW. No dia 18 de setembro, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) divulgou que quase meio milhão de automóveis do Grupo Volkswagen estão adulterados para esconder suas emissões reais.
Segundo Horn, os responsáveis pelo engano "serão identificados" e sofrerão as consequências mas "qualquer informação neste momento é preliminar. Pedimos sua compreensão até que terminemos este trabalho".
Horn também desculpas, "em nome da companhia e de seus colegas na Alemanha", pelo "uso de um programa de software" cujo fim era manipular as emissões durante os testes.
O texto ainda explica que o software ilegal fazia com que os motores "emitissem níveis de óxidos de nitrogênio mais elevados quando os veículos eram dirigidos" em estradas que quando eram testados em laboratório.
Na Alemanha
A procuradoria da Alemanha ordenou nesta quinta-feira a realização de operações de buscas em várias sedes da Volkswagen, entre elas a central em Wolfsburg, no marco da investigação aberta pela manipulação das emissões poluentes.
Segundo informou a procuradoria de Braunschweig em comunicado, o objetivo das buscas é apreender documentação e suportes informáticos "que possam conter informação sobre o procedimento exato e a identidade dos empregados da companhia envolvidos" nas manipulações.
As buscas foram dirigidas por três escritórios da procuradoria alemã, com apoio das forças de segurança.
Após receber várias denúncias, a procuradoria de Braunchsweig decidiu abrir diligências para investigar uma suposta fraude na adulteração de motores diesel de vários modelos do grupo Volkswagen.
Embora em um primeiro momento o Ministério Público tenha informado que as diligências se centravam no ex-presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, que renunciou pouco após o estouro do escândalo, depois esclareceu que se tratava de uma investigação contra desconhecidos.
A estimativa é que no mundo todo 11 milhões de veículos da VW estão equipados com o software que permite ocultar o nível real dessas emissões durante os testes de laboratório, a maioria deles em países da União Europeia.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Governador da Califórnia desafia médicos e Igreja e autoriza eutanásia

RFI
Califórnia tornou-se na segunda-feira (5) o quinto estado americano a autorizar o suicídio médico assistido. Em uma decisão pessoal, que desafiou a oposição da Igreja Católica e parte da classe médica, o governador Jerry Brown, de 77 anos, assinou o projeto de lei autorizando a medida.
O governador diz "ter refletido sobre o que faria diante da própria morte" e decidiu que "não negaria este direito às pessoas". "Não sei o que faria caso estivesse morrendo com uma dor prolongada e lancinante", disse Brown. "Mas estou certo de que seria um conforto poder considerar as opções que estão neste projeto de lei", afirmou.

Além da Califórnia, os estados de Montana, Oregon, Washington e Vermont adotaram a eutanásia nos Estados Unidos. Em 2014, um juiz do Novo México aprovou o suicídio assistido, mas a decisão do magistrado foi revogada numa corte de apelações.

A eutanásia tem sido há muito tempo um assunto polêmico na sociedade americana. Recentemente, o tema ganhou destaque na mídia com o caso de Brittany Maynard, uma mulher de 29 anos com um tumor no cérebro, que se mudou de San Francisco para Oregon e tirou a própria vida em novembro do ano passado.

Deputados franceses rejeitam proposta

A Assembleia Nacional francesa rejeitou ontem à noite, pela segunda vez uma emenda parlamentar que autorizava o suicídio médico assistido. A proposta, feita por deputados socialistas e de extrema-esquerda, recebeu 26 votos a favor e 35 contra.

A Assembleia aprovou, por outro lado, o direito à sedação profunda e contínua, até a morte, aos pacientes em estado terminal portadores de doença incurável. O Parlamento francês vota atualmente melhorias à chamada lei sobre o fim da vida, uma promessa de campanha do presidente François Hollande.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Por que os EUA guardam 700 milhões de barris de petróleo em cavernas

  • Há 3 horas
Image caption EUA e outros países guardam estoques estratégicos de petróleo
Em quatro pontos discretos e seguros da costa do Golfo do México, os Estados Unidos guardam uma quantidade de petróleo equivalente a 700 milhões de barris.
Esse estoque está enterrado em uma rede de 60 cavernas subterrâneas - é a enorme Reserva Estratégica de Petróleo (SPR, na sigla em inglês), criada há 40 anos em uma região de salinas.
Atualmente existem várias outras reservas espalhadas pelo mundo, de vários outros países.
E, para os que se perguntam por que são investidos bilhões de dólares para voltar a enterrar petróleo bruto, a resposta remete à crise do petróleo de 1973.
Os exportadores de petróleo árabes tinham cortado o fornecimento para os países ocidentais como castigo pelo apoio dos EUA a Israel durante a guerra de Yom Kippur.
Esse conflito, também conhecido como a guerra árabe-israelense de 1973, foi liderado por uma coalizão de países árabes encabeçada por Egito e Síria contra Israel, entre 6 a 25 de outubro de 1973.
Naquela época o mundo era tão dependente do petróleo do Oriente Médio que os preços dispararam.
Com isso, veio o racionamento nos postos de gasolina e a histeria que levou algumas pessoas a proteger seus carros com armas de fogo.
Leia também: Por que moradores do Alasca ganham US$ 2 mil anuais de presente do governo
Poucos anos depois, os EUA começaram a construir a SPR, a rede de cavernas subterrâneas cheias de petróleo. Graças a essas reservas, mesmo sem o fornecimento do Oriente Médio, os EUA poderiam enfrentar a alta do preço e a pressão dos mercados globais.
Image caption Crise de 1973 levou à criação das reservas poucos anos depois
Em sua página na web, o governo americano afirma que "o tamanho formidável da SPR se transforma em um importante fator dissuasivo diante dos cortes na importação de petróleo e é uma ferramenta-chave de política externa".
E o orçamento deste ano para a manutenção da reserva estratégica é de US$ 200 milhões.

'Cúpulas de sal'

Bob Corbin, do Departamento de Energia dos EUA, é a pessoa encarregada pelo gerenciamento desse dinheiro.
Image caption Países ocidentais não queriam mais ser reféns dos cortes de fornecimento do Oriente Médio
"Todos nossos pontos (onde é guardado petróleo) estão situados no que chamamos de cúpulas de sal. O sal é impermeável ao petróleo cru. As duas substâncias não se misturam e também não há rachaduras, por isso é um armazém perfeito", disse.
Corbin, que serviu como militar na Guarda Costeira durante 22 anos, tem orgulho dos quatro armazéns nos quais estão distribuídas as cavernas.
Eles se estendem desde Baton Rouge, no Estado americano da Louisianna, até Freeport, no Texas, onde fica o maior dos quatro.
A construção é impressionante, mas não pode ser apreciada da superfície, de onde são visíveis apenas alguns poços e tubos.
Segundo Corbin, as cavernas de sal não são totalmente estáveis, e às vezes alguns pedaços pequenos se desprendem das paredes, causando danos às máquinas.
Os funcionários não conseguem chegar a esses locais, então a única maneira de substituir máquinas danificadas é remotamente.
Leia também: Petrobras enfrenta risco de perda de concessão e boato sobre venda de ativos na Argentina
"Periodicamente, as cavernas são esvaziadas e é possível fazer imagens por sonar do interior. Isto te dá uma ideia tridimensional (do espaço)", disse Corbin.

Política externa

A página do governo na web já diz: a SPR é um recurso de apoio aos EUA em sua política externa.
Image caption Países membros da IEA precisam ser reservas equivalentes a importações feitas durante 90 dias
Foi usada na primeira Guerra do Golfo (2 de agosto de 1990 a 28 de fevereiro de 1991), conflito entre o Iraque e a coalizão liderada pelos Estados Unidos em resposta à invasão iraquiana do Kuait. Durante o conflito, o fornecimento de petróleo foi interrompido.
Também foi necessária quando o furacão Katrina devastou Nova Orleans, em 2005.
Mas o EUA não são o único país a investir muito na criação de reservas estratégicas de petróleo.
O Japão, por exemplo, tem reservas equivalentes a 500 milhões de barris, em tanques enormes que ficam na superfície.
A infraestrutura de Shibushi, no sudoeste do país, está na costa e, depois do terremoto e tsunami de 2011, o país analisou a possibilidade de ampliar as reservas. A Agência Internacional de Energia (IEA na sigla em inglês) gerencia a emissão de petróleo a partir destas reservas.
Image caption Alguns temem que as reservas japonesas sejam vulneráveis a terremotos
"Quando um país se une à IEA, adota várias obrigações. Uma delas é que deve manter reservas de petróleo em uma quantidade equivalente a importações feitas durante 90 dias", disse Martin Young, diretor da Divisão de Políticas de Emergência do organismo.
Nem todos os países contam com instalações gigantescas para estocar petróleo.
A Grã-Bretanha, por exemplo, precisa fazer com que as empresas petroleiras tenham mais petróleo do que teriam normalmente para que o governo possa usá-lo de forma imediata, afirmou Young.

China e Índia

Dos países que não são parte da IEA, Índia e China são dois exemplos que destinaram fundos para suas reservas estratégicas nos últimos anos.
O governo chinês tem planos ambiciosos, com previsão de uma grande variedade de locais de armazenamento e infraestrutura estatal e comercial.
A China não tem cavernas de sal e, por isso, precisa usar uma forma muito mais cara: armazenar na superfície.
É fácil identificar estes depósitos com o Google Earth e em fotos de satélites: eles formam fileiras e mais fileiras de pontos brancos.
Em Zhenhai, sudeste do país, hoje é armazenada uma quantidade de petróleo equivalente a 33 milhões de barris.
Image caption A Coreia do Sul, por exemplo, tem acesso às reservas do Japão
Narongpand Lisapahanya, analista de petróleo e gás do grupo de investimentos CLSA, afirmou que investir na construção dessas reservas estratégicas é parte do plano da China para ser tratada como uma superpotência no cenário internacional.
Então, se "em uma situação de crise outra potência pede que se libere mais petróleo, a China também poderia participar".

Manipulação

Se por um lado aceita-se que nenhuma superpotência hoje está completa sem uma destas reservas, ao mesmo tempo há o temor de que os países que não pertencem à IEA poderiam usar suas reservas para manipular os preços globais do petróleo.
"Quando foi criada em 1975, o propósito da SPR era proteger a economia americana dos fortes aumentos de preço dos produtos domésticos derivados do petróleo", disse Carmine Difiglio, do Departamento de Energia americano.
No entanto, Difiglio afirma que isso é diferente de usar essas reservas com o objetivo de manipular os mercados internacionais.
Leia também: Cuba pode se tornar uma potência em minério e petróleo?
Image caption Especialista afirma que reservas não existem para manipulação de preço
Martin Young também afirma que as "reservas de petróleo não existem para a gestão de preços", apenas para serem usadas em casos de escassez.
Mas também há um debate sobre como essas reservas devem ser aproveitadas. Alguns especialistas acreditam que elas deveriam ser liberadas para o mercado de forma mais agressiva.
"Alguns só enxergam esses 700 milhões (de barris de petróleo) como um monte de dinheiro", disse Sarah Ladislaw, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington.
Segundo a especialista, são poucos que apoiam iniciativas para mudar o uso das reservas de emergência nos EUA ou em qualquer outro lugar.
Mas Ladislaw insiste que a ênfase deveria ser no planejamento para emergências e mitigação de problemas de fornecimento.

Gerenciamento

Nenhuma superpotência está completa hoje sem sua reserva, a ponto de terem até empresas que as ajudam no gerenciamento.
Image caption O mundo ainda é muito dependente de combustíveis fósseis
Uma dessas companhias, a EnSys, desenvolveu um programa de computador para simular futuras flutuações de preços da indústria petroleira.
E, com isso, pode aconselhar organismos que controlam as reservas de emergência quando e por que deveriam analisar a possibilidade de distribuir petróleo para refinarias locais.
E o diretor-executivo da EnSys, Martin Tallet, afirma que eles são objetivos.
"Começamos a falar de números diretamente em vez de perder tempo tentando entender em profundidade as maquinações geopolíticas que poderiam ter causado uma interrupção de abastecimento", disse.
Enquanto os governos e organismos de energia continuam se preparando para o pior, as reservas de petróleo bruto continuarão aumentando.
Mas, apesar de toda a preparação, ainda é possível que, durante uma crise de abastecimento, o petróleo não seja distribuído com rapidez suficiente. E surge a pergunta: poderia acontecer de novo uma crise como a de 1973?
"Não queremos especular sobre o que pode ou não acontecer. Estamos preparados para distribuir (petróleo) sempre que precisarmos", disse Corbin.

EUA e mais 11 países fecham Parceria Transpacífico

Pacto reúne 40% da economia mundial e pode se tornar o maior acordo regional na história

Depois de cinco anos de negociações, os Estados Unidos e o Japão fecharam, nesta segunda-feira (5/10), a Parceria Transpacífico com outras dez nações. O pacto de livre comércio une 40% da economia mundial e pode se tornar o maior acordo regional na história.
O acordo promovido pelo presidente Barack Obama encarada como "a estrutura comercial do século", teve de superar conflitos de última hora entre os EUA e a Austrália por novos regulamentos da indústria farmacêutica. O seu objetivo é a redução das tarifas comerciais e o estabelecimento de novas regras comuns entre as 12 economias envolvidas, liderados pelos EUA e o Japão.
O acordo abrange a criação de padrões comerciais, de investimento, o intercâmbio de informações e propriedade intelectual. Os outros países envolvidos nas negociações do acordo são Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã. As negociações entre eles, que tinha o prazo de 2 de outubro, foram prejudicadas nos últimos dias pelos conflitos sobre produtos farmacêuticos.
O acordo, que ganhou a sigla TPP em inglês, foi impulsionado por Obama no início de seu primeiro mandato em conjunto com outros quatro países, que podem fortalecer seu legado econômico na presidência.  Os Estados Unidos conseguiram com o acordo do Pacífico um novo quadro que serve como um contrapeso para a economia da China na região. Embora Pequim não estivesse envolvida nas negociações propriamente ditas, será afetada pelas consequências do pacto.
As 12 nações unidas pelo TPP acordaram novas regras para setores que vão desde produtos farmacêuticos até automóveis. O pacto também prevê a criação de novas barreiras comerciais, a abertura de mercados de exportação, a unificação das regras para lidar com a propriedade intelectual sobre os dados com grandes corporações e períodos de exclusividade no caso da fabricação de medicamentos.
Estados Unidos e Japão lideram o acordo que terá de ser ratificado pelo Congresso dos EUA
Estados Unidos e Japão lideram o acordo que terá de ser ratificado pelo Congresso dos EUA
Este último ponto marcou negociações no fim de semana, quando  já havia passado o prazo para selar o pacto. Os EUA queriam impor um limite de 12 anos de exclusividade de mercado para medicamentos antes de permitir que outras empresas usassem as mesmas fórmulas, para coincidir com as regras do direito dos EUA. No entanto, países como a Austrália defendiam  por um período máximo de exclusividade de 5 a 8 anos, por medo de que um atraso na inovação aumentasse os custos e impedisse a criação de medicamentos genéricos.
O novo acordo de comércio livre para a região ainda deve ser ratificado pelo Congresso dos EUA, imerso em um estado de consequências imprevisíveis na sequência da demissão do líder da maioria e presidente da Câmara, o republicano John Boehner. O país também está na campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 2016 e do TPP pode tornar-se uma nova fonte de atrito entre os candidatos.

domingo, 4 de outubro de 2015

Por que moradores do Alasca ganham US$ 2 mil anuais de presente do governo

Maior Estado americano em área tem população pequena e divide parte dos lucros do petróleo com habitantes que morem lá há pelo menos um ano.

Da BBC

O dia 1º de outubro foi ótimo para ser cidadão do Estado americano do Alasca: foi quando o governo local "presenteou" cada um de seus habitantes que moram na região há pelo menos um ano com US$ 2.072 (cerca de R$ 7.890).
E isso não é nenhuma novidade. Todo ano, os cidadãos do Alasca, Estado localizado no extremo norte americano, recebem uma quantia específica das autoridades.
Isso pode surpreender quem está acostumado a ver governos cobrando impostos e pedindo mais contribuições da população, em vez de repartir dinheiro com os moradores.
Mas para o Alasca é uma situação normal. Isso porque o Estado, apesar de ser enorme territorialmente, tem uma população muito pequena.
Este é o maior Estado americano, mas seu gigantesco território de 1.782.000 km2 – maior do que todos os países latino-americanos, com exceção de Brasil, México e Argentina – tem apenas 710 mil habitantes. E essas poucas pessoas dividem entre si um enorme tesouro.
Petróleo
Um dos motivos que fazem do Alasca um Estado muito rico é uma reserva de petróleo encontrada na região na década de 1970.

E em 1976, aprovou-se uma emenda à Constituição do Estado para criar o "Fundo Permanente do Alasca", uma entidade que administra parte dos lucros advindos do petróleo e os reverte para os cidadãos.
A Constituição do Alasca diz que "ao menos 25%" de todos os royalties e outros lucros que viessem do petróleo para o Estado seriam direcionados para esse fundo, que seria destinado para "investimentos rentáveis".
E a cada ano, as autoridades somam uma parte dos lucros deste Fundo e redistribuem o valor entre todas as pessoas que estejam morando lá há pelo menos um ano.
Em 2014, o valor foi ligeiramente menor do que neste ano – foram distribuídos US$ 1,8 mil por cidadão (cerca de R$ 7,1 mil).
Alguns poderiam pensar que esse "presente" anual represente um desperdício por parte dos moradores do Estado.
Mas na realidade, as pessoas nas zonas mais remotas desse enorme território gastam o valor para pagar contas de luz, de água e o próprio aluguel, garante Alexis Fernandez, jornalista da TV local KTVA, à BBC.
"A comida também é muito cara aqui. A maioria das pessoas usa o valor para pagar contas", diz.
Polêmica
A forma como tem se distribuído os lucros da "bonança petroleira" do Alasca tem sido motivo de polêmica nas últimas quatro décadas.

Ao ser criado em 1976, o Fundo Permanente foi planejado inicialmente para dar a cada cidadão US$ 50 por ano morado no Estado.
Mas em 1982, a Corte Suprema dos Estados Unidos determinou que essa maneira de dividir o dinheiro era inconstitucional, e ordenou que todos os residentes do Alasca recebessem uma quantia igual.
Espera-se que os investimentos realizados pelo Fundo façam com que, no futuro, os lucros do Estado sejam menos dependentes da oscilação do preço do petróleo e decisões do mercado.
Nesta semana, por exemplo, houve a notícia de que a petroleira anglo-holandesa Shell estaria abandonando um ambicioso plano de exploração de petróleo no Alasca porque não via retorno viável para compensar os altos custos de exploração em um cenário com o preço do petróleo tão baixo.
Outros casos
O "presente" do governo do Alasca aos cidadãos não é um caso isolado no mundo.

Em fevereiro deste ano, por exemplo, para celebrar a chegada ao trono do novo monarca da Arábia Saudita, o rei Salman, as autoridades ordenaram o pagamento de bonificações equivalentes a dos meses adicionais de salário a todos os empregados oficiais, pensionados, estudantes e militares do país, em uma divisão cujo montante alcançou centenas de milhares de dólares.
E em fevereiro de 2011, o governo de outro país rico em petróleo, o Kuweit, deu um "presente" aos seus cidadãos no valor de US$ 3,5 mil (cerca de R$ 13,8 mil).
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