Matéria publicada nesta quinta-feira (4) no The Wall Street Journal, analisa que o dólar está no centro de um emaranhado de círculos viciosos que está golpeando os mercados financeiros e economias no mundo todo. A situação está chegando a um ponto em que o Federal Reserve, o banco central americano, poderá ser obrigado a agir.
Segundo a reportagem, mesmo depois de recuar, o fortalecimento do dólar nos últimos 18 meses continua sem precedentes. Nesse período, a moeda americana avançou 21% ante o euro e 15% contra o iene — ganhos que se tornam pequenos perto das altas em relação a várias moedas de países emergentes. O dólar subiu 72% ante o real, 49% contra o rand sul-africano e 117% sobre o rublo russo.
Esses movimentos estão tornando mais difícil para as empresas americanas concorrerem globalmente em preço e reprimindo ainda mais a inflação nos Estados Unidos, num momento em que o Fed quer que ela suba. Uma valorização ainda maior do dólar pode piorar a situação e, ao mesmo tempo, intensificar pressões globais que podem colocar a economia americana em risco.
Reconhecendo isso, o Fed e sua presidente, Janet Yellen, poderão não só reduzir o número de altas de juros planejadas para este ano, mas até não fazer nenhuma. Os mercados futuros, que no começo do ano indicavam que o investidor apostava em 50% de chances de que o Fed aumentaria os juros em sua reunião de março, agora mostram uma expectativa de que o banco central vai desistir da ideia.
Entre as várias forças relacionadas que estão sustentando a alta do dólar está o desempenho da economia americana, que é melhor que o de muitas outras e tornou os EUA mais seguros para os investidores globais. O Fed elevou os juros, enquanto os outros principais bancos centrais do mundo estão estimulando suas economias. Os preços do petróleo e de outras matérias-primas caíram fortemente, colocando os países produtores de commodities em risco e prejudicando ainda mais o crescimento global.
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