quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Governo dos Estados Unidos vai acabar com subsídios para empresas petrolíferas - Wladmir Coelho*

* Mestre em Direito e Historiador



O governo dos Estados Unidos anunciou no dia 10 de setembro através do subsecretário de Política Econômica, Alan Krueger, a retirada dos subsídios à indústria petrolífera daquele país e direcionamento dos recursos arrecadados, cerca de 30 bilhões de dólares, para pesquisas e investimentos diretos em indústrias voltadas para o fornecimento de energia limpa.

O governo Obama, desta forma, modifica o discurso de segurança energética entendendo esta como a elaboração de estratégias visando a diminuição da dependência dos EUA do petróleo através da intervenção econômica do Estado nos setores de pesquisa energética incluindo a eletricidade, o etanol, energia eólica dentre outros.

Todavia enquanto a substituição do combustível fóssil por energia limpa não assume um caráter pleno a nova política econômica do petróleo dos Estados Unidos acarretará no curto prazo a diminuição da produção interna ampliando as possibilidades de exportação dos países produtores.

Certamente os defensores da tradição colonial, acostumados desde a exploração do pau-brasil a utilização predatória dos recursos naturais, vibram diante desta notícia enquanto o governo federal trata de concretizar os meios legais visando à contribuição brasileira para a segurança energética dos EUA assegurando, ao mesmo tempo, nossa futura dependência da tecnologia importada daquele país para energia limpa.

Identificamos com facilidade as reais intenções entreguistas do governo na proposta do novo marco regulatório do pré-sal quando a intervenção estatal na economia passa a ser utilizada em benefício dos oligopólios internacionais prática, aliás, nada original visto sua implementação durante a ditadura militar da qual participaram ativamente figuras de destaque do atual governo (ocupando cargos apoiando no Congresso ou prestando consultoria) a saber: Ministro das Minas e Energia Edison Lobão, senador José Sarney, Delfim Neto dentre outros.

Seguindo os ensinamentos destes gabaritados conselheiros o presidente Lula apresenta uma alternativa ao corte dos subsídios nos Estados Unidos oferecendo aos oligopólios a oportunidade de participação sem risco no pré-sal transformando a Petrobrás em financiadora dos blocos através do pomposo titulo de operadora – ou seja – a empresa brasileira tem a obrigação de oferecer os meios para os trabalhos de exploração, mas sua parcela nos resultados será de modestos 30% ficando o restante para as empresas de sempre.

Outro aspecto a considerar no chamado marco regulatório do petróleo encontra-se no tempo de vigência dos futuros contratos “limitados” a 35 anos (a vida útil do pré-sal seria de aproximadamente 40 anos) este fato somado a estranha pressa do governo brasileiro em leiloar os novos blocos revela o atrelamento da política econômica do petróleo nacional aos interesses da segurança energética dos Estados Unidos.

O presidente Lula fundamenta o seu discurso religioso e pseudo-nacionalista em defesa da nova lei do petróleo na profecia de um novo tempo, todavia a sustentação deste futuro maravilhoso resultará da divisão entre os oligopólios da maior parte dos recursos gerados cabendo ao Brasil a parcela tradicionalmente oferecida as colônias.

Encerro este texto lembrando que no início da Guerra Fria, em plena campanha do petróleo é nosso, o general Juarez Távora defendeu a criação de refinarias nacionais, mas exigiu a entrega da pesquisa e exploração do petróleo aos Estados Unidos em nome da “segurança continental”. Esta proposta estava fundamentada no principio do perigo eminente de um ataque soviético ao continente tendo o Brasil, neste momento, o dever de fornecer combustível ao exército dos Estados Unidos fato que seria prejudicado caso uma empresa nacional e sem experiência assumisse a exploração. Como é possível observar estamos desde o final da IIª Guerra Mundial buscando a melhor forma de contribuir com a segurança energética de nossos irmãos do norte.

http://politicaeconomicadopetroleo.blogspot.com/



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Wladmir Coelho

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Pobreza nos EUA atinge 13% da população, maior nível em 11 anos

da Efe
da Reuters

A taxa de pobreza nos Estados Unidos atingiu em 2008 o maior patamar em 11 anos, uma vez que a pior recessão desde a Grande Depressão tirou milhões de norte-americanos do mercado de trabalho, mostrou um relatório do governo nesta quinta-feira.

O Census Bureau informou que a taxa de pobreza --percentual de pessoas vivendo nessa condição-- saltou para 13,2%, mais alto patamar desde 1997, ante 12,5% em 2007.

Cerca de 39,8 milhões de norte-americanos estão vivendo na pobreza, acima dos 37,3 milhões de 2007. O relatório também mostra que o número de pessoas sem seguro médico nos EUA aumentou para 46,3 milhões em 2008.

Além disso, a renda média familiar anual caiu 3,6% entre 2007 e 2008 para pouco mais de US$ 50 mil, disse a entidade durante uma teleconferência.

Segundo o estudo, o aumento no número de pessoas sem cobertura de saúde em 2008 - o primeiro ano completo de recessão após seu início em dezembro de 2007 - se deve à contínua perda de empregos nos EUA, onde a maioria dos trabalhadores recebe o plano de saúde como parte de seus rendimentos.

Um trecho do relatório destaca, por exemplo, que o índice de pobreza entre os hispânicos cresceu de 21,5% em 2007 para 23,2% no ano seguinte. Entre os negros, a cifra se manteve em 24,7% no período.

Já entre os asiáticos, a proporção de pobres aumentou de 10,2% há dois anos para 11,8% em 2008. Em relação aos brancos, o índice de pobreza subiu pouco no mesmo período, de 8,2% para 8,6%.

Apesar de a economia mostrar sinais de que está emergindo da recessão, a taxa de pobreza crescerá novamente neste ano e em 2010, à medida que o desemprego permanecerá elevado por um tempo, alertaram analistas e o governo.

'Infelizmente, mesmo com a melhora econômica, o nível de desemprego mais alto em 2009 com certeza levará a mais quedas na renda e a mais aumento da pobreza', disse ao Comitê Econômico do Senado Rebecca Blank, subsecretária para Assuntos Econômicos do Departamento de Comércio.

Saúde

Quanto à falta de cobertura médica --o grande assunto em discussão no Congresso americano atualmente--, o número de 46,3 milhões de pessoas em 2008 apontado pelo governo dos EUA não inclui quem perdeu o plano de saúde ao ficar sem emprego no final do ano passado. Por isso, a cifra comumente usada na imprensa local fala em pouco mais de 47 milhões de pessoas.

A presidente do Comitê Econômico Conjunto do Congresso, a democrata Carolyn Maloney, disse que o relatório representa a "década perdida" dos americanos por culpa "das fracassadas políticas econômicas da Administração (do ex-presidente George W.) Bush".

As consequências de não fazer nada "são graves e, no que se refere a nossa economia, há muita coisa em jogo", advertiu a congressista.

Após seu discurso de ontem à noite ao Congresso americano, o presidente dos EUA, Barack Obama, reiterou hoje na Casa Branca que o relatório divulgado hoje demonstra a urgência "inadiável" de reformar o sistema de saúde.

"Nos últimos 12 meses, calcula-se que o número de pessoas sem seguro aumentou em quase seis milhões de pessoas, ou seja, 17 mil homens e mulheres a cada dia", disse Obama.

sábado, 5 de setembro de 2009

Obama anuncia novas medidas para ajudar americanos a economizar

Washington, 5 set (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou hoje novas medidas para facilitar a economia dos americanos, como simplificar os trâmites para que as pequenas empresas ofereçam planos de previdência a seus funcionários.

As novas iniciativas permitirão também que os trabalhadores utilizem o dinheiro das férias para planos de aposentadoria e tornará mais fácil o procedimento para que destinem, se assim quiserem, o valor de parte ou todas suas devoluções fiscais às contas de poupança.

O presidente lembrou, durante seu discurso semanal por rádio, a "dolorosa conta" que a crise passou aos poupadores, ao destruir o equivalente a US$ 2 bilhões de suas contas de aposentadoria, devido à queda das bolsas de valores.

Grande parte dos trabalhadores americanos tem planos de aposentadoria privados conhecidos como 401k, que são oferecidos através das empresas e permitem aos empregados fazer uma contribuição periódica livre de impostos, que às vezes a companhia iguala.

O dinheiro desses planos está investido nos mercados e serve para que os empregados complementem a insuficiente previdência pública oferecida pelo Governo aos trabalhadores aposentados que contribuíram.

Obama insistiu, de qualquer forma, em que mesmo antes da recessão a taxa de poupança no país era zero, e o endividamento não parava de crescer.

Afirmou que "muitos simplesmente lutavam para se manter flutuando com renda estagnada ou decrescente, e poucos trabalhos disponíveis".

O presidente americano especificou que também houve os que gastaram "além de suas possibilidades", assim como, em linhas gerais, dezenas de milhões de famílias, por diversas razões, não conseguiram destinar parte de seu dinheiro à aposentadoria.

"A metade dos americanos não tem acesso a um plano de aposentadoria e menos de 10% dos que não têm um programa no trabalho tem um individual", afirmou o presidente, que afirmou que este caminho é insustentável.

Afirmou que os Estados Unidos não podem retornar a uma economia baseada em receita inflada, nem aos ciclos de bolhas especulativas e dolorosos estouros, "um sistema que põe os interesses do curto prazo acima dos do longo prazo".

"Precisamos reviver esta economia e reconstruí-la mais forte que antes", explicou, acrescentando que assegurar que os americanos tenham "oportunidade e incentivo" para economizar é uma parte "fundamental" desse esforço.
UOL Celular