terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Obama está 'confiante' em superar diferenças com Dilma

10 de dezembro de 2013 | 21h 52
CLAUDIA TREVISAN, CORRESPONDENTE - Agência Estado
O presidente Barack Obama está confiante que ele e a presidente Dilma Rousseff serão capazes de superar as "diferenças" provocadas pelo escândalo de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA na sigla em inglês), afirmou nesta terça-feira, 10, o vice-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes.


Em comentário sobre o breve encontro entre Obama e Dilma na África do Sul, Rhodes disse que o presidente acredita ter uma relação "afetuosa" com a brasileira e que ambos conseguirão resolver o conflito gerado pela revelação de que a NSA monitorou comunicações da líder brasileira.

"Nós temos um diálogo bastante substancial por meio de canais diplomáticos e de inteligência para tratar das preocupações brasileiras e ele (Obama) está confiante de que pode manter essa relação em uma posição sólida", disse Rhodes em briefing a jornalistas a bordo do avião que levou Obama de volta aos Estados Unidos.

Segundo ele, os dois líderes não conversaram sobre a possível visita de Dilma a Washington. Marcada para outubro, a viagem foi cancelada pela brasileira em protesto contra as atividades da NSA. O governo americano prometeu reavaliar a maneira pela qual a agência de inteligência atua. O Brasil só vai discutir de uma nova data para a visita depois que os resultados dessa revisão forem anunciados.


Tópicos: Espionagem, Obama, Dilma
 
 


Raúl Castro diz que aperto de mão

com Obama foi ‘normal’


  • McCain compara gesto ao encontro entre ex-premier britânico Chamberlain e Hitler
  • Cuba e EUA não têm relações diplomáticas há mais de 50 anos

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Obama e Raúl Castro apertam as mãos
Foto: AP/reprodução de TV
Obama e Raúl Castro apertam as mãos AP/reprodução de TV
RIO E JOHANNESBURGO - Enquanto o mundo procura analisar o significado do histórico aperto de mão entre o líder cubano Raúl Castro e o presidente americano, Barack Obama, o chefe de Estado da ilha caribenha foi econômico ao comentar o episódio. O encontro ocorreu durante a cerimônia em homenagem a Nelson Mandela, morto semana passada, no estádio Soccer City, em Soweto.
- Normal. Somos pessoas civilizadas. Se você ler meu discurso, obedece a isso - declarou à rádio colombiana “La FM”.
Os radialistas colombianos perguntaram a Raúl o que falou com Obama no momento do cumprimento, mas o líder cubano não respondeu. Fontes da Casa Branca disseram a diferentes veículos da imprensa americana que o aperto de mão não foi planejado e nada de importante foi conversado entre Obama e Raúl Castro durante o breve contato.
O aperto de mão irritou de forma quase instantânea a oposição republicana nos Estados Unidos, especialmente os políticos ligados à comunidade cubana no país - formada basicamente por opositores do regime castrista.
- Causa-me náuseas - disse a deputada republicana Ileana Ros-Lehtinen, que migrou de Cuba para os EUA ainda criança. - Ele (Obama) apertou a mão de um assassino, há sangue naquelas mãos.
Outro republicano de origem cubana, o senador Marco Rubio - que já aparece como possível candidato do partido à presidência em 2016 -, divulgou comunicado no qual diz que Obama deveria ter aproveitado o breve encontro com Raúl para questioná-lo sobre “as liberdades básicas que são associadas a Mandela e negadas em Cuba”. Ileana e Rubio foram eleitos pelo estado da Flórida, onde concentra-se grande parte da dissidência ao regime comunista cubano.
O senador republicano John McCain, derrotado por Obama nas eleições presidenciais de 2008, encontrou espaço para a crítica mais contundente até o momento sobre o aperto de mão.
- Neville Chamberlain cumprimentou Hitler - disse, comparando o encontro de Obama e Raúl com o do ex-premier britânico com o ditador nazista.
Na imprensa estatal cubana, o aperto de mão foi tratado como um assunto a mais. Sites como o do jornal “Granma” e o “Cubadebate“, assim como blogueiros ligados ao governo, destacaram o encontro entre Obama e Raúl, sem mencionar as tensões bilaterais. Para alguns, o “Cubadebate” chegou a celebrar o encontro por ter publicado na legenda da foto do aperto de mão: “que este gesto seja o princípio do fim da agressão dos EUA a Cuba”. No entanto, a frase foi atribuída a uma conta no Twitter que, por sua vez, não publicou a mensagem.
Em Havana, a repercussão do contato foi positiva. O porta-voz da Igreja Católica em Cuba, Orlando Márquez, afirmou que o aperto de mão é “outra razão para ser grato a Nelson Mandela”.
- É uma notícia muito boa, abre possibilidades de que as relações melhorem. Me parece muito bom - disse o oncologista José Alert, a caminho do trabalho na capital cubana.
Cuba e EUA não mantêm relações diplomáticas desde 1961, e o governo americano há décadas impõe um embargo econômico sobre a ilha. Em 2011, o embargo foi suavizado com a permissão para que americanos pudessem viajar para Cuba, mas a maioria das restrições continua em vigor.


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