quinta-feira, 30 de julho de 2009

Lula é contrário a maior presença militar dos EUA na Colômbia

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se posicionou de forma contrária ao aumento das forças norte-americanas na Colômbia, citando a soberania dos países da região. Ele também considera necessária uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a Quarta Frota da Marinha Americana no Atlântico.

Para Lula, a questão do aumento da presença de forças militares norte-americana na Colômbia deverá ser discutida na reunião da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) no dia 10 em Quito, no Equador. Na ocasião, o Conselho de Defesa, que reúne os ministros de Defesa de países da região, poderá ser convocado.

"Posso dizer que a mim não me agrada mais uma base americana na Colômbia. Agora, como eu não gostaria que o Uribe desse palpite nas coisas que eu faço no Brasil, eu preciso não dar palpite nas coisas do (Álvaro) Uribe (presidente da Colômbia)", afirmou Lula.

As declarações de Lula foram dadas em entrevista coletiva nesta quinta-feira, ao lado da presidente do Chile, Michelle Bachelet, após assinatura de acordos entre os dois países.

"A soberania de um país é intocável", afirmou o presidente brasileiro, ponderando que "essas coisas nós temos que ver com cuidado para não gerar conflito, nem com Uribe, nem com os EUA nem com os vizinhos".

O tema é foco de atrito entre Uribe e Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Outros líderes de esquerda da região alegam que o governo colombiano ameaça os vizinhos ao negociar um plano que aumentaria a presença militar dos Estados Unidos no país, tradicional aliado da Casa Branca.

"Concordo com Lula, respeitamos a soberania de cada país nas decisões que tomam. Creio que a reunião da Unasul vai ser o momento mais oportuno para ver de que maneira as decisões de cada país podem afetar decisões gerais", afirmou a presidente chilena.

Quanto à Quarta Frota, que foi reativada no ano passado para atuar nas Américas, Lula disse que o Brasil já pediu a abertura de diálogo com os EUA para tratar do tema. O argumento é que a frota acompanharia a área de petróleo recém-descoberta do pré-sal no litoral brasileiro. O pedido foi feito ainda durante mandato do ex-presidente George W. Bush, que deixou o governo neste ano.

"Mandamos uma carta dizendo que nós não víamos com bons olhos a questão da Quarta Frota, a ideia da Quarta Frota, porque me parece que a linha territorial dela é quase em cima do nosso pré-sal", afirmou Lula.

(Reportagem de Carmen Munari; Edição de Maria Pia Palermo)
UOL Celular

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Pesquisa mostra que, com Obama, imagem dos EUA no exterior melhorou

colaboração para a Folha Online

A popularidade de Barack Obama tem melhorado a imagem dos Estados Unidos no exterior, apesar de suspeitas contra o país persistirem no mundo islâmico. A conclusão é de uma pesquisa realizada pelo instituto de pesquisas Pew Research Center, de Washington, divulgada nesta quinta-feira.

O levantamento, realizado em 24 países, constatou que atitudes públicas positivas sobre os EUA aumentaram em muitas partes do mundo desde a eleição de Obama.
Mark Duncan/AP
Pesquisa mostra que imagem dos Estados Unidos no exterior melhorou após eleição de Barack Obama para a Presidência do país
Pesquisa mostra que imagem dos Estados Unidos no exterior melhorou após eleição de Barack Obama para a Presidência do país

Opiniões favoráveis sobre o país voltaram a níveis altos, não vistos desde antes de o ex-presidente George W. Bush assumir o poder em 2001.

A governo Bush marcou um grande declínio da popularidade dos EUA no exterior, principalmente após a invasão do Iraque em 2003, por causa da ideia de que a guerra contra o terrorismo --iniciada após os atentados de 11 de setembro de 2001-- tinha como alvo os muçulmanos.

A melhoria "está sendo conduzida muito mais por confiança pessoal no Obama do que por opiniões sobre suas politicas específicas", diz o relatório.

Ao mesmo tempo, algumas ações da administração causaram aprovação universal, incluindo a promessa de Obama de fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba, e o prazo para retirar as tropas americanas do Iraque até 2011.

O instituto disse que em 21 dos países pesquisados, 71% dos entrevistados disseram ter ao menos alguma confiança na maneira com que o presidente dos EUA lida com assuntos mundiais. Em 2008, quando Bush estava na Casa Branca, a porcentagem nos mesmos países era de apenas 17%.

Mudanças

O Pew Research Center disse que as mudanças mais profundas ocorreram na Europa ocidental, notavelmente na França --onde a confiança em Obama é maior que a do presidente, Nicolas Sarkozy.

Além disso, a boa imagem dos EUA cresceu ao menos 10 pontos porcentuais em 11 países no ano passado, incluindo a América Latina, a África e a Ásia.

Mesmo assim, o instituto continua registrando níveis de profunda desconfiança sobre a influência americana entre os muçulmanos, principalmente na Turquia, no Paquistão e nos territórios palestinos. Nesses locais, "a animosidade [...] continua".

Mas a melhoria da imagem dos EUA cresceu ligeiramente em alguns dos aliados do país na região, como Egito e Jordânia, e registrou alta após o discurso de Obama ao mundo muçulmano feito em 4 de junho no Cairo.

Na Indonésia --onde o presidente passou parte de sua infância--, mais de 70% da população disse que confia nele. Em 2008, apenas 23% disseram o mesmo sobre Bush.

Os níveis de confiança também estão altos no Quênia, onde nasceu o pai do presidente. Segundo o Pew Research Center, 90% dos quenianos tem uma opinião favorável aos EUA.

A pesquisa ouviu 27 mil pessoas.

Com Associated Press


Acesse o Site de Edson Paim e o do New York Times e leia as Notícias do Dia:


http://www.edsonpaim.com.br/


http://www.nytimes.com/

terça-feira, 21 de julho de 2009

Obama recebe Dilma Rousseff em Washington

da France Presse, em Washington

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) se reuniu nesta terça-feira com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para ratificar as boas relações bilaterais, à margem de um encontro de empresários em Washington.

A audiência com Obama na Casa Branca "foi uma manifestação muito forte de apoio, algo muito significativo, levando-se em conta todas as atividades do presidente", afirmou Dilma, candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a eleição de 2010.

A ministra Dilma, que presidiu 4ª Reunião do Foro Brasil-Estados Unidos de dirigentes de empresas, ao lado do secretário local do Comércio, Gary Locke, destacou que "Obama felicitou os empresários" por sua contribuição nas relações entre os dois países.

Dilma Rousseff disse em entrevista coletiva que Obama concorda com a necessidade de se "combater o protecionismo", especialmente neste momento de crise econômica mundial.

O encontro com Obama também teve a participação do ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento); do secretário Locke; e dos assessores de Obama para Segurança Nacional, Jim Jones, e para Assuntos Econômicos Internacionais, Michael Froman.

Locke destacou na entrevista coletiva que a relação comercial entre Estados Unidos e Brasil é "ampla e crescente".

O encontro empresarial, o quarto desde a criação do Foro, em 2007, discutiu como se avançar em vários temas, como evitar a bitributação, acertar investimentos bilaterais, facilitar processos alfandegários e promover negócios em infraestrutura e energia, revelou Locke.

O foro também analisou a possibilidade de se incrementar o número de passageiros entre Brasil e Estados Unidos em 50% nos próximos quatro anos.