sábado, 30 de maio de 2015

Obama declara situação de desastre no Texas após inundação

Fortes tempestades e grandes enchentes causaram a morte de pelo menos 21 pessoas no estado

atualizado às 09h35

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou na sexta-feira uma declaração de situação de grande desastre no Texas por causa das fortes tempestades e grandes inundações dos últimos dias, que causaram a morte de pelo menos 21 pessoas nesse estado.
 Foto: Daniel Kramer / Reuters
Chuvas torrenciais deixam pelo menos 21 mortos no Texas
Foto: Daniel Kramer / Reuters
Em comunicado, a Casa Branca informou sobre a declaração do presidente, que implica o envio de ajuda federal para complementar o auxílio que já vem sendo prestado pelo estado, pelos municípios e pelas reservas de nativos americanos.
Desde o início de maio, mas especialmente durante os últimos cinco dias, várias tempestades, tornados e fortes ventos castigaram essa região do sul dos EUA, causando grandes inundações que deixaram cidades como Houston, a quarta maior do país, totalmente alagadas por dias.
A declaração de Obama responde ao pedido do governador do Texas, o republicano Greg Abbott, e coloca fundos federais à disposição das pessoas afetadas nos condados de Harris, Hays e Van Zandt.
Entre outras coisas, a ajuda inclui subsídios para alojamento temporário e reformas de imóveis, empréstimos a baixo custo para cobrir perdas de propriedades não asseguradas e "outros programas para ajudar os residentes e proprietários de negócios a se recuperarem dos efeitos do desastre".
Os temporais e inundações deixaram pelo menos 21 mortos no Texas, seis em Oklahoma e 14 no norte do México, além de terem obrigado muitas pessoas a deixar seus lares.
EFE    

Racionamento de água muda paisagem da Califórnia

Medidas vão de restringir a irrigação de gramados privados e comerciais a proibir o abastecimento de piscinas. Educação da população continua sendo desafio e teme-se impacto sobre a economia

A seca persistente no estado da Califórnia vem originando medidas drásticas de economia de água. Na penúltima semana de maio, as instituições estaduais reguladoras aceitaram um corte de consumo voluntário proposto pelos agricultores no delta dos rios Sacramento e San Joaquin de 25%, um nível considerado histórico.
A Secretaria Estadual de Água (SWRCB) está também considerando adotar uma política restritiva para a irrigação paisagística. Ela só permite que usuários residenciais e comerciais reguem seus gramados e jardins duas vezes por semana – o que também constituiu a maior restrição no uso do recurso na história do estado.
Em abril, a continuada seca já havia levado o governador Jerry Brown a editar uma portaria de emergência sem precedentes, obrigando os californianos a cortarem seu consumo de água em 25%.
O político admitiu que os 38 milhões de habitantes poderão enfrentar uma certa “dor no coração”. No entanto, como esforços voluntários anteriores não tiveram resultado, ele vê na regulamentação compulsória o único meio para alcançar as metas de conservação.
Brown fez esse anúncio em meio a uma faixa de grama seca em Sierra Nevada, a qual estivera coberta de neve desde que foram realizadas as primeiras medições hídricas, na década de 1940.
Desperdício: privilégio de ricos
Os cortes serão proporcionais e ditados pelo gasto prévio. Assim, as cidades notórias como esbanjadoras de água – por exemplo, Beverly Hills – sofrerão restrições maiores.
Segundo o governo californiano, o consumo de água na localidade de luxo, que já chegou a 893 litros diários per capita, terá que ser cortado em 36%. Em comparação, os moradores de Compton – igualmente no condado de Los Angeles, porém bem mais modesta – se limitam a 242 litros por dia no mesmo período.
Na opinião de Madelyn Glickfeld, diretora do Grupo de Recursos Hídricos da Universidade da Califórnia em Los Angeles, a questão é muito simples: “Gente pobre não tem como pagar por um monte de água, portanto tende a ser mais cuidadosa do que os ricos.”
Segundo o Departamento de Recursos Hídricos da Califórnia, em média, cerca da metade do consumo urbano de água no estado visa a irrigação paisagística. Essa percentagem pode chegar a 70% na verde Beverly Hills, com suas grandiosas mansões e gramados mais monumentais ainda.
“A grama é o maior desafio para nós”, resume Trish Rhay, diretora assistente do Departamento de Obras Públicas de Beverly Hills.
A cidade já restringiu a irrigação residencial a dois dias por semana, antes das 9h00 ou depois das 17h00 e durando no máximo oito minutos.
Na prática, contudo, não é raro encontrarem-se, durante uma caminhada matinal, irrigadores automáticos regando o cimento da calçada, ou riachos de água escorrendo rua abaixo, para os bueiros de Beverly Hills.
A hora do artificial
Por outro lado, cresce o interesse em grama artificial ou plástica – embora algumas associações de proprietários continuem só admitindo vegetação autêntica. Outra opção apresentada é substituir os gramados por plantas resistentes à seca.
O estado começa também a aplicar outras restrições ao consumo hídrico, sobretudo para os residentes de Beverly Hills, incluindo a proibição de reabastecer piscinas, spas e laguinhos de jardim.
Produtoras foram obrigadas a deixar vinhedos secarem, ante os altos custos da água em meio ao racionamento
Rhay comenta que o primeiro passo é educar os cidadãos sobre a seca. Eles terão que compreender que a reforma no lidar com a água significa que a cidade precisa encontrar soluções próprias e redefinir sua imagem.
No entanto o uso urbano só responde por 10% de toda a água consumida na Califórnia. Mais da metade cabe à agricultura, num estado que é o maior produtor agrícola dos EUA, gerando uma receita em torno de 44 bilhões de dólares.
Embora a diretiva de abril do governador Brown não especificasse cortes para o setor, os fazendeiros do delta dos rios Sacramento e San Joaquin propuseram voluntariamente reduzir em 25% suas quotas hídricas. Em troca, querem garantias de que não haverá cortes adicionais na época do crescimento das plantações, que vai de junho a setembro.
Madelyn Glickfeld chama a atenção para a necessidade de manter o equilíbrio entre poupar recursos e conservar empregos. Ela se diz preocupada com o impacto econômico e com todos aqueles ameaçados de perder o trabalho, de agricultores a jardineiros.
Fonte: DW