Ronnie Lee Gardner, de 49 anos, foi executado nesta sexta-feira nos EUA, por um pelotão de fuzilamento (Pastora Simone Paim)
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O Globo
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SALT LAKE CITY, Estados Unidos - Um pelotão de fuzilamento matou nesta sexta-feira um condenado por duplo homicídio em Utah, na terceira execução por este meio nos Estados Unidos desde 1976 e primeira desde 1996. Ronnie Lee Gardner, de 49 anos, foi declarado morto às 0h20m (3h20m no horário de Brasília) depois de levar tiros no peito de um pelotão de cinco homens na prisão do estado de Utah em Draper, um bairro de Salt Lake City, informou Steve Gehrke, porta-voz do Departamento Correcional de Utah.
Gardner foi condenado à morte pelo assassinato de um advogado durante uma sangrenta tentativa de fuga em 1985, e escolheu o fuzilamento como método de execução antes deste método ser proibido no estado e substituído pela injeção letal. A última esperança de receber uma suspensão da pena acabou quando a Suprema Corte de Justiça lhe negou uma apelação de última hora.
Gardner foi executado por cinco atiradores anônimos em uma das salas da prisão onde ele cumpre pena. Ele não viu os atiradores, que ficaram no escuro enquanto ele esteve debaixo das luzes a cerca de seis metros deles, com um capuz na cabeça e um alvo colocado sobre seu coração.
Os atiradores ficaram atrás de uma tela com fendas estreitas para suas armas. Eles também treinaram tiro sincronizado para que fosse ouvido apenas um único barulho de disparo, em uníssono. Nenhum dos cinco tem como saber se sua arma causou a morte de Gardner.
As identidades dos atiradores - policiais locais que se ofereceram voluntariamente para o serviço - será protegida para sempre. Os atiradores e funcionários que ajudaram no planejamento da execução receberão uma moeda com o nome de Gardner.
A câmara de execução na prisão estadual de Utah após o fuzilamente de Ronnie Lee Gardner - AP
Dos 35 estados americanos que possuem a pena de morte, Utah é o único que oferece o fuzilamento como opção para os que foram condenados antes de 2004. Desde que a Suprema Corte americana permitiu que estados americanos voltassem a aplicar a pena de morte, em 1976, apenas dois condenados foram executados por fuzilamento: Gary Gilmore, em 1977, e John Albert Taylor, em 1996, em um caso que atraiu grande atenção da imprensa. Em 2004, legisladores do Estado acabaram com a possibilidade de escolha.