20/01/2009 - 07h02
Fernanda Brambilla
Enviada especial do UOL Notícias
Em Washington (EUA)
Às 12h desta terça-feira (15h de Brasília), Barack Obama fará o juramento para tomar posse como o 44º presidente dos Estados Unidos, um acontecimento inédito para o país, que terá seu primeiro líder negro. Depois, acompanhado de seu vice, Joe Biden, Obama fará o trajeto do desfile do Capitólio até a Casa Branca (previsto para começar às 17h30 do Brasil).
POSSE DE OBAMA
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* ESPECIAL: POSSE DE OBAMA
Estima-se que a participação do público baterá todos os recordes devido à forte identificação de americanos de diversas classes políticas com o novo presidente. Uma pesquisa divulgada pelo jornal "Washington Post" e conjunto com a rede de TV "ABC" aponta que 62% dos republicanos têm planos de acompanhar a posse, ao lado de 90% dos democratas (a pesquisa foi feita por celular com 1.079 adultos).
De acordo com outro levantamento, da rede "CNN", 6 em cada 10 republicanos alegaram que a ocasião deixou o âmbito político para se tornar uma celebração de apoiadores de Obama, mas o mesmo número entre todos os americanos, 6 em 10, acredita que o evento é "uma celebração de todos os cidadãos por verem a democracia em ação." Na posse de George W. Bush, em 2001, apenas 25% do público pensava assim.
Em seu dia de despedida, Bush almoçará com Obama antes de deixar de vez residência oficial. Ao lado da mulher Laura, Bush seguirá de helicóptero para seu rancho no Texas.
Oito anos após sofrer o pior atentado de sua história - o ataque às torres gêmeas do World Trade Center em 11/09/01 -, os norte-americanos comprovam hoje que amadureceram em questões como a discriminação racial, o medo do terrorismo e a crença no poder militar, para darem início ao que esperam ser uma nova era sob a liderança de Barack Hussein Obama.
Um político inexperiente, de 47 anos, recém-saído de seu primeiro mandato como senador. O filho de uma norte-americana do Kansas com um queniano inicialmente não parecia ser páreo para a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton, favorita para a candidatura democrata.
A vitória acirrada o projetou internacionalmente, e sua campanha logo o pôs sob os holofotes na imprensa mundial. Em julho de 2008, Obama fez um discurso na Alemanha que reuniu mais de 200 mil pessoas. Com palavras de mudança, rejeitando com veemência a doutrina Bush e condenando a guerra do Iraque, Obama ganhou o mundo e os EUA, derrotando o candidato republicano herói da Guerra do Vietnã, senador John McCain, levando seu partido de volta ao poder após oito anos.
Agora, as expectativas são altas: recuperar a imagem dos Estados Unidos frente à comunidade internacional, aliviar uma crise econômica comparada à depressão de 1929 e melhorar a auto-estima de seus cidadãos.
PARTICIPE
* Obama conseguirá contornar a crise econômica?
* O que a eleição de Obama significa para a história?
"Ao ver tanta gente aqui reunida, penso que não me lembro de ter me sentido tão bem comigo mesma há muito tempo", diz a professora Jennifer Richards, de Illinois, Estado que Obama serviu como senador. "O povo americano se sente bem consigo mesmo, é uma experiência incrível."
Não à toa, as chamadas do telão para a programação da inauguração têm a música-tema de "Super-Homem". Ninguém sabe se Obama irá satisfazer os anseios do país, mas ele conta com a aprovação de cerca de 68% dos eleitores, indicou pesquisa divulgada nesta segunda pela rede "CNN".
O primeiro discurso
Em seu primeiro pronunciamento empossado, Obama falará por cerca de 20 minutos e deve enfatizar a necessidade de uma nova mentalidade para o país. O tema de sua estréia como presidente é "o renascimento da liberdade", em homenagem ao 200º aniversário de Abraham Lincoln. A inspiração também partirá de Franklin Roosevelt, que governou durante a última grande crise.
Obama aquece comércio de Washington
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Em entrevista ao jornal "Washington Post", a filha de Obama, Malia, de 10 anos, não escondeu a ansiedade pelo discurso. "Primeiro presidente negro. Melhor que seja bom", deixou escapar a menina.
A busca por uma postura mais cooperativa e voltada ao bem comum deve ditar o curso das palavras de Obama, em continuidade ao apelo de união acima de raças e crenças pregado no domingo, em show para 300 mil.
A tarefa de Obama nesta terça-feira é contentar uma multidão acostumada a seus discursos fervorosos e cheios de promessas. A mudança de tom tem como objetivo unir o ideário à responsabilidade. Na escadaria do Lincoln Memorial, Obama já alertou que "será uma longa estrada. É possível que as coisas piorem antes de melhorar.