segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

EUA posicionam forças navais ao redor da Líbia



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Manifestantes participaram, ontem, de protestos contra o regime de Kadafi na Cidade de Zawiyah
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Em entrevista, o ditador líbio disse que a população o ama e morreria por ele
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1/3/2011
Os norte-americanos mantêm presença militar no Mar Mediterrâneo e têm dois porta-aviões na área do golfo Pérsico
Washington As Forças Armadas dos Estados Unidos estão reposicionando equipes navais e aéreas nos arredores da Líbia. A medida foi anunciada pelo Pentágono horas depois da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, dizer que nenhuma opção está fora da mesa para encerrar a onda de violência no país africano, o que incluiria uma intervenção militar.

De acordo com o porta-voz do Departamento de Defesa, coronel Dave Lapan, a equipe de planejamento do Pentágono trabalha com várias opções e planos de contingência e, como parte desses, estava reposicionando suas forças.

Em entrevista a jornalistas, Lapan não quis dizer abertamente se os Estados Unidos consideram uma intervenção militar. Segundo ele, o país mantem presença militar frequente no mar Mediterrâneo e tem dois porta-aviões mais ao sul, na área do Golfo Pérsico.

Os Estados Unidos também estão conversando com aliados sobre a criação de uma zona de restrição aérea na Líbia. A medida pode impedir que o ditador líbio, Muammar Kadafi, use aviões de guerra ou helicópteros para atacar rebeldes.

Apesar do avanço da oposição líbia, que já controla a parte leste do país, Kadafi se recusa a deixar o poder e atribui os protestos à rede terrorista Al Qaeda. Ele está cada vez mais isolado na capital Trípoli, que apesar da forte segurança registra protestos de oposição.

Ontem, o presidente americano Barack Obama bloqueou, por meio de um decreto, US$ 30 bilhões (R$ 49 bilhões) em ativos líbios. É o maior congelamento de fundos feito em virtude de um programa de sanções nos Estados Unidos

Brasileiros
Desembarcaram ontem à noite, em Recife, os 148 brasileiros que foram resgatados na Líbia, a maior parte residente em Benghazi, uma das regiões mais conturbadas daquele país.

São 130 funcionários da Construtora Queiroz Galvão e 18 parentes. Eles viajaram 37 horas, sendo 22 de barco até a Grécia, de onde foram para Portugal e, depois, Recife. Dos resgatados, 107 são do Nordeste.

Escalado pela empresa para falar em nome do grupo, o diretor da empresa para a África do Norte e Oriente, Marcos Jordão, informou que a construtora tem obras em seis cidades próximas à região do conflito, onde se ouvia tiros e gritos. Por esse motivo, a Queiroz Galvão decidiu reunir os funcionários e colocá-los num só hotel.

CONTRAOFENSIVAKadafi lança bombas no leste do País
Trípoli Pilotos leais ao governante da Líbia, Muammar Kadafi, lançaram uma contraofensiva aérea em território controlado pelos insurgentes no Leste da Líbia, de acordo com comandantes militares amotinados em Benghazi, segunda maior cidade do país.

A cidade de Ras Lanuf, que fica na metade do caminho entre Trípoli e Benghazi, foi retomada por forças leais a Kadafi, disse, ontem, um oficial militar rebelado.

Tropas leais a Kadafi também lançaram, ontem, um ataque contra Misurata, terceira maior cidade da Líbia, que desde a semana passada é controlada pelos insurgentes. Pelo menos duas pessoas foram mortas nessa ação. Até o início da noite de ontem, os insurgentes estavam no controle da cidade, mas foram cercados pelas tropas do ditador.

Entrevista
Também ontem Kadafi deu entrevistas à emissora americana ABC e à britânica BBC, nas quais afirmou que foi abandonado pelo Ocidente. "Eu estou surpreso, nós temos uma aliança com o Ocidente para combater a Al-Qaeda, e agora que eu estou lutando contra os terroristas, eles nos abandonam", disse Kadafi, em mensagens enviadas ao Twitter da jornalista Christiane Amanpour, da ABC.

Durante a entrevista, Kadafi declarou que o povo líbio "o ama" e "morreria por ele". "Todo meu povo me ama. Eles morreriam para me proteger".

Amanpour disse que Kadafi, que governa a Líbia há mais de 41 anos, também se recusou a reconhecer que tenham ocorrido manifestações nas ruas de Tripoli contra o regime.

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