sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

EUA já falam em ação militar para conter violência na Líbia




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União Europeia trabalha em um plano de contingência militar para a Líbia, embora recuse a possibilidade de uma invasão estrangeira no país - Washington

A Casa Branca informou ontem que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deverá telefonar nas próximas horas para o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e para o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, para que a comunidade internacional discuta uma ação conjunta que obrigue o governante líbio, Muammar Kadafi, a suspender a violência contra os insurgentes. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que nenhuma opção foi retirada da mesa, inclusive uma possível ação militar. Já a União Europeia trabalha em um plano de contingência militar para a Líbia, informaram ontem fontes do bloco, mas negaram a possibilidade de uma invasão estrangeira no país.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Philip Crowley, disse que os militares do país estão "totalmente envolvidos" na discussão em andamento no governo dos EUA sobre como reagir à crise.

"Temos uma variedade de ferramentas, financeiras, sanções, medidas multilaterais, e estamos considerando todas elas", afirmou Crowley. Segundo ele, antes do início da crise havia cerca de 6 mil norte-americanos registrados na embaixada em Trípoli como residentes na Líbia.

O Conselho de Segurança da ONU planeja se reunir de novo hoje para considerar ações contra líderes da Líbia devido aos ataques violentos contra manifestantes no país do norte da África, disseram representantes do conselho nesta quinta-feira.

O Conselho de Segurança, presidido neste mês pelo Brasil, condenou na terça-feira as autoridades líbias pelo uso da força contra manifestantes desarmados e exigiu que os responsáveis por tais ataques fossem condenados.

Um alto funcionário do setor de petróleo da Arábia Saudita disse ontem que seu país está em "conversações ativas" com várias companhias europeias sobre como compensar a redução na produção da Líbia, que levou o preço do petróleo Brent a subir para perto de US$ 120 por barril. Segundo esse funcionário, as conversações com as refinarias são "sobre se elas precisam de petróleo extra e, neste caso, quanto, de qualidade e quando. Podemos suprir imediatamente".

Relatos de moradores da região leste da Líbia indicam que os opositores já tomaram o controle de importantes terminais de produção de petróleo no país, o que pode ameaçar o fluxo de fornecimento a diversos países e elevar a cotação do produto.

As informações chegam horas após o ditador Muammar Kadafi afirmar que as revoltas podem interromper o fornecimento do combustível ao exterior. Inicialmente havia relatos de que os rebeldes pretendiam manter o ritmo das exportações de petróleo, embora o Guardian indique que os opositores já estejam interrompendo a produção em determinados locais.

Ontem a ira de Kadafi encontrou novos inimigos. Em nota ele informou que "os jornalistas em situação irregular no país serão considerados terroristas". Um grupo de jornalistas italianos foi mantido preso na Líbia por milicianos fiéis ao governo do ditador líbio, quando se dirigiam ao centro da capital, Trípoli.

Um dos profissionais, Fabrizio Caccia, do jornal Corriere della Sera, recebeu socos e chutes de homens armados logo após afirmar que era italiano. Os jornalistas e suas equipes foram libertados após uma vistoria longa em todos os documentos e já estão de volta a seus hotéis em Trípoli.

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