segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Brasil declara "Guerra" (Fiscal) contra os EEUU

Após descanso na praia, Dilma faz ‘estreia’ internacional no G20

Eleita vai nesta segunda para reunião de cúpula na Coreia do Sul.
Ela se reúne com Lula em Seul e terá agenda ‘casada’ com a dele.

Do G1, em Brasília
DilmaDilma e Lula duranmte entrevista na semana
passada (Foto: Reprodução/ Tv Globo)
A presidente eleita Dilma Rousseff viaja nesta segunda-feira (8) para Seul, na Coreia do Sul, onde participa do encontro do G20, o grupo de nações com as 20 maiores economias mundiais. Essa é a primeira viagem internacional de Dilma depois da confirmação de sua vitória nas eleições de outubro.

Apesar de sua posse só ocorrer no dia 1º de janeiro, a viagem de Dilma já tem “caráter oficial” –ela foi convidada pela organização do G20 para participar de todos os eventos do encontro de cúpula. A reunião deve ser marcada pelas discussões sobre a chamada “guerra cambial”. Dilma participa da reunião ao lado de Lula, que, antes de ir para Seul, segue para Moçambique, na África.

A previsão é que Dilma passe o dia em Brasília nesta segunda e viaje à noite, em um avião comercial, acompanhada de assessores e do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A chegada de Dilma ao país asiático deve acontecer por volta do meio-dia de quarta (10). Ela retornou à Capital Federal na noite deste sábado (6) depois de alguns dias de descanso em Itacaré, no litoral sul da Bahia.
Na Coreia do Sul, a agenda da presidente será casada com a de Lula, que chega a Seul às 11h de quinta-feira (11). Neste dia, Lula e Dilma ficam no hotel e participam à noite de um jantar oferecido pelo presidente sul-coreano, Lee Myung Bak, em que será discutido o tema “economia global e elaboração de um marco para um crescimento forte”, segundo a agenda do presidente.

Agenda

A cúpula do G20 tem início às 9h de sexta (12) com uma reunião que retomará o tema debatido na noite anterior. Às 10h, será discutido a reforma das instituições financeiras. Em seguida, por volta de 11h, os chefes de Estado dos países membros tiram uma foto oficial.

A reunião será retomada às 11h30, para discutir o tema “desenvolvimento”. Por volta de 12h30, os líderes almoçam e discutem sobre comércio, mudança do clima e economia verde.

Eles retomam a reunião às 14h com uma discussão sobre o tema “reforma do sistema financeiro”. Em seguida, os governantes tratam de energia, proteção do ambiente marinho e mudança do clima. O último segmento da cúpula será sobre “combate à corrupção”. Às 15h30, os líderes divulgam um comunicado oficial, que trará as principais resoluções do encontro do G20 em Seul. Em seguida, o presidente sul-coreano concede uma entrevista coletiva.

Lula embarca para o Brasil por volta de 17h, mas antes deve falar com a imprensa, acompanhado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e de Dilma Rousseff. De acordo com a Presidência, Lula deve ter ainda uma reunião privada com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, no dia da cúpula.

Nesse encontro, um dos temas que devem ser tratados é a compra de caças franceses pelo Brasil. França, Suécia e Estados Unidos disputam a venda das aeronaves ao governo brasileiro, nu negócio que pode chegar a US$ 5 bilhões.

O governo brasileiro já manifestou preferência pelo modelo francês, mas ainda não fechou as negociações com os três países. Na semana passada, Lula afirmou que, após o G20, fará uma reunião com Dilma e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para definir o assunto.

O presidente também recebeu pedidos de conversas bilaterais dos governos da África do Sul, Austrália, Reino Unido, e Vietnã, mas ainda não confirmou nenhuma dessas reuniões.
Guerra cambial
Um tema que deve dominar as discussões do G20 é a chamada “guerra cambial”. Diante da crise financeira internacional, que ainda atinge fortemente os Estados Unidos, o governo norte-americano tomou medidas para injetar recursos na economia local, o que provocou a queda do dólar.

Com isso, vários países tomaram medidas unilaterais para conter a desvalorização da moeda, já que ela prejudica as exportações. O Brasil, por exemplo, aumentou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicação estrangeira em renda fixa. O presidente Lula já anunciou que vai “brigar” no G20 pelo equilíbrio do câmbio.

“O que achamos é que os Estados Unidos e a China estão fazendo uma guerra cambial. Vou para o G20 para brigar. Vamos tomar todas as medidas necessárias para conter a desvalorização do dólar", disse Lula em entrevista coletiva na última quarta (3).
 

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