Mantega disse que o Brasil não permitirá que o real se aprecie excessivamente e que está preparado para tomar todas as ações "como aquelas que adotamos no passado".
"Se necessário, se as entradas de fluxos forem ainda mais fortes, nós temos [a opção] de impostos de capital de curto prazo que podem [ser introduzidos]", disse Mantega a repórteres às margens de conferência organizada pela revista britânica "The Economist", em Londres.
"Nós adotaremos novas medidas em termos de taxação de operações financeiras."
O Brasil chocou os investidores em outubro de 2009 ao impor impostos sobre algumas categorias de fluxos estrangeiros para ações locais e ativos de renda fixa. À época, o país afirmou que parte desse dinheiro era especulativo e que estava prejudicando a economia.
Mantega tem sido um dos maiores críticos aos programas de compra de ativos chamados de "quantitative easing" que bancos centrais do Ocidente têm usado para sustentar suas economias. Ainda em Londres, o ministro afirmou que o Brasil deve crescer 4,2% em 2013, enquanto países em desenvolvimento deverão ter uma expansão econômica menos intensa, ao redor de 3%.
Ele justificou sua expectativa bem mais otimista para o Brasil mostrando vários slides aos participantes detalhando os investimentos previstos nos pacotes de rodovias e ferrovias já anunciados e em aeroportos e portos, que deve sair em outubro. "Um crescimento de 4,2% no PIB do Brasil em 2013 é realista", afirmou durante a conferência High-Growth Markets Summit 2012, promovida pela revista "The Economist".
Protecionaismo
Mantega rebateu, ainda, críticas dos Estados Unidos ao protecionismo brasileiro. "O Brasil é chamado de protecionista. Isso não é correto. Não somos", disse. "Argentina, Reino Unido, Estados Unidos e China o sã", comparou durante seu discurso no evento.
Em entrevista a jornalistas, acrescentou: "É um absurdo os Estados Unidos chamarem o Brasil de protecionista". Segundo Mantega, os EUA são muito mais protecionistas que o Brasil, especialmente porque tomaram não apenas medidas claras nesse sentido, mas também porque suas rodadas de afrouxamento quantitativo desvalorizam o dólar e beneficiam as exportações americanas.
Carta dos EUAAs declarações do ministro ocorrem depois que os Estados Uniodos terem enviado uma carta de seu representante comercial, Ron Kirk, com severas críticas à política comercial brasileira. A carta foi considerada "inaceitável" pelo ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota.
Na carta, Kirk fala da "preocupação" do governo dos EUA com o aumento de tarifas de importação no Brasil e no Mercosul. Ele cobra a revisão do aumento de tarifas de cem produtos anunciado pelo Brasil na semana passada e o cancelamento da planejada elevação das tarifas para mais cem mercadorias, em outubro.
Segundo Mantega, o Brasil é o segundo país que mais tomou medidas liberalizantes, depois da Rússia.
Ao mesmo tempo, o ministro disse acreditar que o protecionismo não é a melhor resposta para a crise mundial e disse que o problema dessa fase atual da crise é a falta de confiança nos países, problema que, segundo ele, não afeta o Brasil. "O Brasil será capaz de continuar a atrair investimento estrangeiro, sinal de confiança no país", disse, citando que em 2011 os estrangeiros aplicaram US$ 67 bilhões em projetos no Brasil.
* Com informações do Valor Online
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